Após quase 50 anos de influência da
família Sarney no Estado, eleito governador pelo Maranhão debate desafios a
serem enfrentados
Redação TV Cultura
"Nós vamos trabalhar desde o
primeiro dia. O foco principal da mudança política prevê que não basta apenas
mudar os políticos, é preciso assegurar o direito aos serviços públicos a toda
a população. Eu vou governar com honestidade e transparência", afirmou
Flávio Dino, do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), primeiro candidato eleito
ao governo do Maranhão após aproximadamente 50 anos de influência da família
Sarney no estado, em sabatina no Roda Viva desta segunda-feira (17).
Ao ser questionado sobre o que será
feito para atrair investidores ao estado, Dino disse estar seguro: "O
nosso papel é garantir segurança institucional a quem investe. Hoje, apenas
empresas que se articulam com pequenos grupos familiares conseguem apoio do
Estado. Nós vamos estruturar um sistema que vai apoiar os potenciais da
agricultura, da pesca e da indústria". "A maior prioridade é apoiar o
investimento na agroindústria", garantiu.
Flávio Dino afirmou que não vai ceder às
pressões parlamentares em troca de ampliação de sua bancada aliada. "Nosso
entendimento será absolutamente republicano. O deputado pode buscar apoio à sua
região, é normal que busque esse tipo de benefício. No entanto, vamos trabalhar
sob o interesse das comunidades", declarou.
Em relação ao desafio de governar sob a
ideologias esquerdistas, Dino disse não se abalar, garantindo ser
"comunista, graças a Deus". "É possível ser comunista e governar
no capitalismo. Não se cogita que nosso programa não seja de desenvolvimento. A
nossa proposta é um desenvolvimento de partilha do poder e das riquezas",
afirmou.
"O capitalismo não é o fim da
história (..) é um modelo que exclui as pessoas e coloca todos a serviço do
'deus dinheiro'", acrescentou.
Outro fator que a bancada elencou
durante a sabatina foi a dificuldade que Dino encontrará no estado, já que a
influência da oposição é muito forte. "Há uma força política, mas nós
conseguiremos cumprir os nossos compromissos. No núcleo mais fechado do
'sarneyzismo', nós vamos ter de driblá-los", respondeu.
Nesta edição do Roda Viva, participaram
da bancada de entrevistadores os jornalistas Fernando Rodrigues, analista de
política do portal UOL em Brasília; Malu Delgado, repórter da revista Piauí;
Guilherme Evelin, editor-executivo da revista Época; Ricardo Galhardo, repórter
de política do jornal O Estado de S. Paulo; e Daniela Lima, repórter de
política do jornal Folha de S.Paulo.
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