Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PF faz operação contra fraude em licitações em nove estados e no DF; Governador de Rondônia foi levado à PF

Contratos sob suspeita chegam a quase R$ 300 milhões.
Governador de Rondônia, Confúcio Moura, foi levado à sede da PF.

Ana Fabre e Camilo Estevam
Do G1 RO

Polícia cumpre mandado de busca na casa do governador de Rondônia, Confúcio Moura (Foto: Ana Luiza Moreira/G1)

A Polícia Federal deu início na manhã desta quinta-feira (20) à Operação Plateias que investiga a atuação de uma organização criminosa, formada por lobistas e agentes públicos, responsável por desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações no estado de Rondônia. Os contratos sob suspeita chegam a quase R$ 300 milhões e o grupo teria desviado mais de R$ 57 milhões. Segundo as investigações, empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais.
Confúcio Moura

O governador de Rondônia, Confúcio Moura, é suspeito de envolvimento. Ele foi levado à sede da Polícia Federal em cumprimento a mandado de condução coercitiva - quando a pessoa não é presa, mas é obrigada a ir para a Polícia Federal, mesmo que se recuse a prestar declarações, ele não foi detido. Estão sendo cumpridos 193 mandados, em nove estados e no Distrito Federal, além daEspanha. Segundo a Polícia Federal, 163 pessoas serão conduzidas coercitivamente para prestar depoimento, serão realizadas 26 buscas e 4 prisões temporárias. A operação é feita em Rondônia, Acre, Amazonas, Bahia,Goiás, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, DF e Espanha, país onde um envolvido será detido. Aproximadamente 300 policiais trabalham na operação.

As investigações tiveram início em 2012 e apuraram que empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais. As licitações eram direcionadas para serem vencidas pelas companhias que faziam parte do esquema criminoso. Em alguns casos, havia até mesmo dispensa de concorrência pública.

Também foram verificados pagamentos indevidos a agentes públicos. Teria sido criado um fundo de propina que chegava movimentar cerca de R$ 2 milhões por mês.

Foram encontradas irregularidades na Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) e em oito secretarias do atual governo: Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos.

Entre os contratos investigados estão o da construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o de fornecimento de alimentos a hospitais e presídios e o de compra de medicamentos.

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