Rádio Voz do Maranhão

sábado, 26 de setembro de 2015

Com medo de prisão e da delação premiada de João Abreu, Roseana Sarney acusa o golpe e se diz vítima de perseguição

Roseana Sarney está com medo de ser presa
A ex-governadora Roseana Sarney já não consegue esconder de ninguém a preocupação com o que pode resultar de uma possível delação premiada de João Abreu, seu ex-chefe da Casa Civil e ‘homem de confiança’. Tem medo de ser presa por envolvimento direto no escândalo do recebimento de propina de R$ 3 milhões para liberação de precatórios no valor de R$ 130 milhões à Constran. Abreu teria feito o acerto com o doleiro Alberto Youssef e representantes da empreiteira, com o aval da então governadora.

Roseana acusa o golpe em uma carta em que diz que João Abreu é vítima de perseguição política, ao tempo em que faz elogios rasgados ao aliado, incapaz de praticar a ‘negociata’. “Estamos estarrecidos com a absurda prisão do ex-Secretário da Casa Civil, João Abreu, empresário exemplar, chefe de família respeitável, membro destacado da classe empresarial e incapaz de praticar atos de que lhe acusam”, diz a ex-governadora.

Contra fatos não há argumentos. A situação de Roseana é muito delicada e dificilmente sairá ilesa, incólume. Afinal, as negociações para pagamentos dos precatórios ocorreram com o conhecimento dela, como teria revelado Abreu em depoimento. “A ex-governadora Roseana Sarney sabia dos encontros de auxiliares com o doleiro Alberto Youssef e representantes da Constran que negociavam o pagamento de uma dívida de R$ 113 milhões do Estado com a empresa”, destaca nota da Revista IstoÉ desta semana. Portanto, todo o acerto ocorrera nas alcovas do governo, sob os bigodes da oligarquia.

Informações passadas ao blog dão conta que no dia da prisão do doleiro Alberto Youssef, no Hotel Luzeiros, em São Luís, dois intermediários do pagamento da propina estariam reunidos com João Abreu, na Casa Civil, com uma mala cheia de dinheiro. Um deles, seria Rafael ângulo, braço direito de Youssef. Por um instante, em meio ao encontro, Roseana teria chamado João Abreu para uma conversa. Ao retornar, o chefe da Casa Civil teria se deparado com um dos homens desesperado porque acabara de ler no UOL sobre a prisão de Youssef. “Meu Deus, acabou a reunião. Acaba tudo, guarda isso aí (em relação à mala com dinheiro)”, teria dito João Abreu. Esses detalhes estariam em depoimento do doleiro Alberto Youssef. A polícia não confirma porque o processo corre em segredo de Justiça.
 
É bom lembrar que, além do possível envolvimento na negociata com a Constran, Roseana Sarney também foi citada como beneficiária de propina pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Teriam sido R$ 2 milhões para a campanha eleitoral de 2010.

“Paulo Roberto afirmou que em 2010 mandou entregar R$ 2 milhões em espécie para a campanha à reeleição da governadora, a pedido do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, hoje senador pelo PMDB do Maranhão. De acordo com Paulo Roberto, ele se reuniu pessoalmente com Lobão, que teria lhe feito o pedido. As acusações contra a ex-governadora Roseana Sarney foram extraídas de depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele está colaborando com a Justiça em troca da redução da pena por meio de um acordo de delação premiada”, destacou a revista Veja.

As acusações contra Roseana Sarney (e Edison Lobão) são tão graves que o pai, o senador José Sarney, tentou anular a ‘Operação Lava Jato’. De acordo com a revista Veja, na reunião que manteve com líderes do PMDB num café da manhã na casa do senador Renan Calheiros, José Sarney aconselhou o ex-presidente Lula a procurar Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, para levá-lo a conter o trabalho do juiz Sérgio Moro, que comanda a operação Lava Jato. Sarney teme que Roseana logo seja alvo da mesma ação da Polícia Federal desencadeada na manhã desta terça-feira (14), chamada operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, com execução de mandados de busca e apreensão em casas de políticos.

Portanto, a nota divulgada por Roseana Sarney é um ato de desespero diante do afunilamento das investigações. A situação dela é crítica. Com a corda no pescoço, João Abreu pode, finalmente, em uma delação premiada, revelar quem foram os beneficiários da propina. Ele tem dito que não ficou com o dinheiro. Afinal, quem embolsou a grana milionária?

É bom que alguém diga para a ex-governadora que nenhuma prisão de supostos ‘ladrões de colarinho branco’ é perseguição política, mas o estrito cumprimento do dever legal. Afinal, todos somos iguais perante a Lei. A lei é para todos. É o fim da impunidade.

Confira a Nota divulgada por Roseana Sarney

Em respeito ao povo do Maranhão, venho a público manifestar a minha indignação a esse clima de ameaça, perseguição e intolerância implantado no Maranhão, condutas que não fazem parte da tradição pacífica de nossa gente. Estamos estarrecidos com a absurda prisão do ex-Secretário da Casa Civil, João Abreu, empresário exemplar, chefe de família respeitável, membro destacado da classe empresarial e incapaz de praticar atos de que lhe acusam.

No meu governo dedicou-se com honestidade e competência na condução da  Secretaria da Casa Civil.

Sua absurda prisão faz parte de um plano de perseguição para constranger a mim e às pessoas que comigo trabalharam e gerar espetáculos midiáticos que desviem a atenção da opinião pública para a paralisação em que se encontra o Maranhão.

É fato que existe uma citação de um dos acusados presos pela Lava Jato referente a um precatório que foi objeto de ação rescisória ajuizada pelo MP-MA em 27/08/2013. Cabe ressaltar que, quando foi objeto da ação rescisória, o caso estava em primeiro lugar na lista de precatórios. Era uma ação de indenização proposta por uma empreiteira, há mais de 25 anos, contra o Estado do Maranhão. Não há nada de irregular nesse acordo, aprovado por todos os órgãos estaduais e homologado pela Justiça.

O Governador venceu as eleições para governar e promover a justiça social e não para criar esse clima ideológico de perseguição. Mas gasta seu tempo fazendo o que lhe é mais agradável, odiando, perseguindo, distribuindo culpas aos que não lhe são simpáticos e apalpando as culpas dos culpados que o aplaudem.

Roseana Sarney

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