Jornalista diz que ex-presidente usou
empresa para bancá-la no exterior.
FHC afirma que nunca usou empresas para
fazer remessas internacionais.
Do G1, em Brasília
O Ministério da Justiça divulgou nota
nesta sexta-feira (26) na qual informou que a Polícia Federal determinou a
abertura de um inquérito para investigar "eventuais ilícitos
criminais" que tenham sido cometidos pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso.
A nota do ministério afirma que o
inquérito vai tramitar em sigilo e terá como base reportagem publicada pelo
jornal "Folha de S.Paulo" na qual a jornalista Miriam Dutra diz que
FHC utilizou uma empresa para bancá-la no exterior, assim como o filho dela,
cujo pai, segundo a jornalista, é o ex-presidente (veja reportagem do Jornal
Nacional ao final deste texto). De acordo com Miriam Dutra, essa empresa era a
Brasif Exportação e Importação, concessionária à época do governo FHC das lojas
duty free nos aeroportos brasileiros.
Em nota divulgada na última sexta-feira
(19), o ex-presidente afirma que "nunca utilizou qualquer empresa, exceto
bancos, para a remessa de recursos a pessoas no exterior. Todas as remessas internacionais que realizou
obedeceram estritamente a lei, foram feitas a partir de contas bancárias
declaradas e com recursos próprios resultantes de seu trabalho. Não tem
fundamento, portanto, qualquer ilação de ilegalidade". A nota diz que
Fernando Henrique Cardoso "lamenta o uso político de uma questão
pessoal".
A jornalista vive no exterior desde
1991, e as transferências, segundo ela, foram feitas por meio da assinatura de
um contrato fictício de trabalho.
Segundo tal contrato, ela teria de fazer
análise de mercado em lojas convencionais e de duty free. Miriam Dutra,
entretanto, disse ao jornal que jamais pisou em uma loja para trabalhar. Mesmo
assim, recebia a quantia de US$ 3 mil mensais.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada
pelo Ministério da Justiça.
O Ministério da Justiça informa que a
Polícia Federal, no âmbito das suas competências constitucionais, determinou
nesta sexta-feira (26), a abertura de inquérito para apurar a ocorrência de
eventuais ilícitos criminais noticiados por Mirian Dutra Schimidt, em matéria
publicada pela Folha de São Paulo, na coluna Monica Bergamo, no último dia 17
de fevereiro de 2016. O inquérito tramitará em sigilo, na forma da legislação
em vigor.
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