Mesmo diante do quadro em que se encontra, soa estranho o silêncio dos seus pares de partido e de vereadores da base aliada
Por João Carvalho Jr.
De O Imparcial (com edição)
O prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves
(PSB) está preso há mais de uma semana por ser acusado de estuprar uma jovem
estudante e vendedora de livros. Homem público, mas sem regalias na prisão,
Alves parece isolado do restante da classe política e até mesmo renegado.
Talvez alguns tenham medo de possíveis repercussões negativas de qualquer
manifestação de solidariedade ao aliado.
Em contato com o advogado de defesa do
prefeito, Ronaldo Ribeiro, O Imparcial soube que poucas pessoas mais próximas
têm procurado informações sobre Ribamar Alves. “Como ele não está podendo
receber visitas, as pessoas não têm procurado falar com ele”, disse o advogado.
Somente ele pode falar com o prefeito.
Mesmo diante do quadro em que se
encontra, soa estranho o silêncio dos seus pares de partido e de vereadores da
base aliada. Nem mesmo a esposa, a suplente de deputado federal Luana Alves, tem
se manifestado publicamente, talvez por conhecer muito bem a ‘banda podre’ do
marido.
Lideranças
partidárias
O presidente estadual do PSB e prefeito
de Timon, Luciano Leitoa, foi procurado por O Imparcial, mas nunca deu
respostas aos nossos questionamentos. Não só ele, mas o secretário-chefe da
Casa Civil, Marcelo Tavares, também silenciou diante das perguntas feitas. Nos
bastidores da política, o que se comenta é que o partido não pretende se
precipitar, esperando a hora certa para se posicionar diante do caso.
Alguns aliados talvez sigam a máxima do ‘quem
for podre, que se arrebente’ ou de que ‘cerca velha quando cai, derruba todo
mundo’.
Os vereadores de Santa Inês também não
falam nada. Mesmo com o assunto ainda rendendo em meio à população, eles
pretendem esperar o desenrolar da história. Mas não poderão fugir por muito
tempo, já que existe um pedido de cassação protocolado junto à Câmara
Municipal.
Na ausência do prefeito, os secretários
têm feito os trabalhos de forma isolada, para que o prejuízo seja o menor
possível. Porém, a cidade não pode ficar sem seu gestor por mais de 15 dias.
Neste caso, cabe aos vereadores empossarem o presidente da Câmara e este
convocar o vice para assumir.
CRM
Ribamar Alves é médico. E veio
justamente da classe a única manifestação que não atinge o prefeito quanto ao
assunto. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina no Maranhão
(CRM-MA), Abdon Murad, o “CRM-MA está preocupado com a prisão” do prefeito. Ele
diz ainda que “o Laudo do IML já foi
concluído há dois dias e aponta que não há sinais de violência física na
denunciante”.
Baseado nisso, Abdon defende a tese de
que é preciso cuidado na análise do caso e se mostrou solidário ao prefeito. As
palavras de Abdon Murad soaram como corporativistas para muitos, que dizem que
o presidente desconsiderou o fato de que não precisa da existência de sinais de
violência física para comprovar o estupro.
O
caso está no TJ
A manutenção ou relaxamento da prisão de
Ribamar Alves pode ser definido nos dias que sucedem o carnaval. O caso está no
Tribunal de Justiça à espera de análise e, posteriormente, transformação em
audiência. O advogado já havia solicitado a soltura, mas o Ministério Público
Estadual pediu a manutenção, o que foi atendido pelo TJMA.
Na sexta-feira (5), o desembargador
Vicente de Paula negou o pedido de revogação da prisão do prefeito de Santa
Inês, Ribamar Alves (PSB), solicitado pelos advogados de defesa.
Com a decisão, está mantida a prisão
preventiva de Ribamar Alves, preso e autuado em flagrante no dia 29 de janeiro,
acusado de estuprar uma jovem de 18 anos.
Novamente pesou contra Ribamar Alves o
seu histórico de envolvimento em crimes sexuais. Em 2013, ele foi condenado por
assediar a juíza da Comarca de Santa Inês, Larissa Tapinambá Castro.
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