Reportagem
de O Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (10), revela que, com o aval de
Michel Temer, peemedebistas costuram um documento que defende a liberação dos
membros do partido na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff,
A
ala antigoverno contabiliza que dez Estados já aderiram à chamada Carta de
Porto Alegre, que pede o rompimento total com o governo.
No dia 6 de dezembro de 2015, durante o
lançamento do movimento ‘Golpe Nunca Mais’, no Palácio dos Leões, em São Luís,
o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de ser o “Capitão do Golpe” no processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. A acusação foi feita durante entrevista coletiva, ao lado do presidente nacional do
PDT, Carlos Lupi, e do governador do Maranhão, Flávio Dino, saíram em defesa do
mandato da presidente Dilma Rousseff.
"Perguntem qual é a opinião do
Michel Temer, vice-presidente da República, sobre o fato de seu companheiro,
amigo, parceiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter contas na Suíça, ser denunciado
por crime de formação de quadrilha, de roubo do dinheiro público. Ele não tem
uma opinião. Por quê? Porque é íntimo parceiro. E não por acaso o beneficiário
imediato dessa ruptura da democracia e dessa imensa e potencial crise para 20
anos. É ele mesmo o senhor Michel Temer, o capitão do golpe", afirmou
Gomes.
O ex-ministro da Integração Nacional do
governo Lula afirmou que o processo de impeachment tem sido tocado por um
"grupo de mafiosos" que estão se utilizando de "protocolos
formais" para derrubar a democracia brasileira. Para ele, o
"golpe" não tem sido orquestrado apenas pelo PMDB, mas por grupos
internacionais de interesses conservadores e reacionários que "cobiçam o
petróleo brasileiro".
Ciro Gomes também deu as mesmas declarações contra Michel Temer no programa da jornalista Maria Godoy (veja vídeo aqui) ou assista abaixo.
A
confirmação da participação de Michel Temer na articulação do impeachment da
presidente Dilma
Nesta quarta-feira (10), as afirmações
de Ciro Gomes sobre o papel de Michel Temer na articulação do golpe são
confirmadas na reportagem “PMDB avalia liberar parlamentares em votação sobre
impeachment de Dilma”, assinada pelos jornalistas Daniel Carvalho e Beatriz
Bulla, e publicada no jornal O Estado de São Paulo. Uma espécie de articulação golpista
que conta com aval do vice-presidente Michel Temer. O texto será apresentado em
convenção do PMDB, no próximo sábado.
A matéria destaca que, com aval do
vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (RR) e parte da ala oposicionista do
PMDB na Câmara costuram um documento que defende a liberação dos membros do
partido na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff e de todas as
matérias que a legenda decida por não fechar questão, inclusive as da pauta
econômica.
O documento será apresentado na
convenção nacional do partido, neste sábado (12), e aparece como uma
alternativa mais branda à proposta de desembarque imediato do governo,
defendida pela ala mais radical da legenda e que vem crescendo conforme a data
da convenção se aproxima.
Deputados da ala oposicionista estiveram
na tarde de ontem com Temer, presidente nacional do PMDB. Disseram, contudo,
que não chegaram a abordar o assunto. A previsão era de que se reunissem com um
emissário do vice-presidente da República ainda na noite de ontem para fechar a
redação do texto, a cargo do deputado Osmar Terra (RS). Romero Jucá também
esteve ontem no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer.
Um dia antes, seis peemedebistas
antigoverno estiveram com Renan. De acordo com um deles, o presidente do Senado
se disse preocupado com a situação atual do País, mas defendeu que este não é o
momento de rompimento.
“Radicalizamos, mas temos consciência de
que é difícil chegar (à aprovação do desembarque). Vamos trabalhar por uma nota
de independência. Entendo isso como um passo para o desembarque”, disse
Darcísio Perondi (RS), um dos articuladores do documento.
A saída alternativa não é consenso.
Parte da sigla ainda defende o rompimento imediato com o governo federal, com a
entrega de cargos e ministérios. “Não existe meio grávida ou meio virgem. Ou se
está no governo ou não. Não se consegue construir uma candidatura ocupando
cargo. É hora de o PMDB tomar posição. Não somos sócios da crise e o PT quer
que a gente assuma este papel”, afirmou Lúcio Vieira Lima (BA). No Senado,
Valdir Raupp (RO), também defende a entrega de todos os cargos.
Estados
A ala antigoverno contabiliza que dez
Estados já aderiram à chamada Carta de Porto Alegre, que pede o rompimento
total com o governo. Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do
Sul, Bahia, Pernambuco, Bahia, Acre, Rondônia, Roraima e Espírito Santo,
juntos, contabilizam 241 dos 655 votos. Eles acreditam que também têm parte dos
votos em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Paraíba e Sergipe, Estados que
concentram 172 votos.
Segundo interlocutores de Temer, o
diretório de São Paulo pode ser liberado pelo vice-presidente para apoiar
oficialmente o rompimento. Mas os peemedebistas paulistas negam estar
envolvidos em qualquer conversa com Temer. O presidente do PMDB-SP, Baleia
Rossi, tem dito a interlocutores que tem posição mais amena, condizente com a
linha defendida no documento em gestação.
Ainda não há previsão de que nenhum
documento seja votado na convenção. No entanto, parlamentares defendem sua
apresentação ao menos como demonstração de posição política e um sinal de que
os parlamentares da sigla podem vir a apoiar o impeachment da presidente.
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