Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 10 de março de 2016

Ciro Gomes tem razão: Michel Temer é o “Capitão do Golpe”; vice-presidente apoia liberação do PMDB para votar a favor do impeachment

Reportagem de O Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (10), revela que, com o aval de Michel Temer, peemedebistas costuram um documento que defende a liberação dos membros do partido na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff,
A ala antigoverno contabiliza que dez Estados já aderiram à chamada Carta de Porto Alegre, que pede o rompimento total com o governo.
Eduardo Cunha e Michel Temer: unidos pelo golpe
No dia 6 de dezembro de 2015, durante o lançamento do movimento ‘Golpe Nunca Mais’, no Palácio dos Leões, em São Luís, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) acusou o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de ser o “Capitão do Golpe” no processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. A acusação foi feita durante entrevista coletiva, ao lado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e do governador do Maranhão, Flávio Dino, saíram em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff.

"Perguntem qual é a opinião do Michel Temer, vice-presidente da República, sobre o fato de seu companheiro, amigo, parceiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter contas na Suíça, ser denunciado por crime de formação de quadrilha, de roubo do dinheiro público. Ele não tem uma opinião. Por quê? Porque é íntimo parceiro. E não por acaso o beneficiário imediato dessa ruptura da democracia e dessa imensa e potencial crise para 20 anos. É ele mesmo o senhor Michel Temer, o capitão do golpe", afirmou Gomes.

O ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula afirmou que o processo de impeachment tem sido tocado por um "grupo de mafiosos" que estão se utilizando de "protocolos formais" para derrubar a democracia brasileira. Para ele, o "golpe" não tem sido orquestrado apenas pelo PMDB, mas por grupos internacionais de interesses conservadores e reacionários que "cobiçam o petróleo brasileiro".

Ciro Gomes também deu as mesmas declarações contra Michel Temer no programa da jornalista Maria Godoy (veja vídeo aqui) ou assista abaixo.

A confirmação da participação de Michel Temer na articulação do impeachment da presidente Dilma

Nesta quarta-feira (10), as afirmações de Ciro Gomes sobre o papel de Michel Temer na articulação do golpe são confirmadas na reportagem “PMDB avalia liberar parlamentares em votação sobre impeachment de Dilma”, assinada pelos jornalistas Daniel Carvalho e Beatriz Bulla, e publicada no jornal O Estado de São Paulo. Uma espécie de articulação golpista que conta com aval do vice-presidente Michel Temer. O texto será apresentado em convenção do PMDB, no próximo sábado.

A matéria destaca que, com aval do vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (RR) e parte da ala oposicionista do PMDB na Câmara costuram um documento que defende a liberação dos membros do partido na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff e de todas as matérias que a legenda decida por não fechar questão, inclusive as da pauta econômica.

O documento será apresentado na convenção nacional do partido, neste sábado (12), e aparece como uma alternativa mais branda à proposta de desembarque imediato do governo, defendida pela ala mais radical da legenda e que vem crescendo conforme a data da convenção se aproxima.

Deputados da ala oposicionista estiveram na tarde de ontem com Temer, presidente nacional do PMDB. Disseram, contudo, que não chegaram a abordar o assunto. A previsão era de que se reunissem com um emissário do vice-presidente da República ainda na noite de ontem para fechar a redação do texto, a cargo do deputado Osmar Terra (RS). Romero Jucá também esteve ontem no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer.

Um dia antes, seis peemedebistas antigoverno estiveram com Renan. De acordo com um deles, o presidente do Senado se disse preocupado com a situação atual do País, mas defendeu que este não é o momento de rompimento.

“Radicalizamos, mas temos consciência de que é difícil chegar (à aprovação do desembarque). Vamos trabalhar por uma nota de independência. Entendo isso como um passo para o desembarque”, disse Darcísio Perondi (RS), um dos articuladores do documento.

A saída alternativa não é consenso. Parte da sigla ainda defende o rompimento imediato com o governo federal, com a entrega de cargos e ministérios. “Não existe meio grávida ou meio virgem. Ou se está no governo ou não. Não se consegue construir uma candidatura ocupando cargo. É hora de o PMDB tomar posição. Não somos sócios da crise e o PT quer que a gente assuma este papel”, afirmou Lúcio Vieira Lima (BA). No Senado, Valdir Raupp (RO), também defende a entrega de todos os cargos.

Estados
A ala antigoverno contabiliza que dez Estados já aderiram à chamada Carta de Porto Alegre, que pede o rompimento total com o governo. Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Bahia, Acre, Rondônia, Roraima e Espírito Santo, juntos, contabilizam 241 dos 655 votos. Eles acreditam que também têm parte dos votos em São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Paraíba e Sergipe, Estados que concentram 172 votos.

Segundo interlocutores de Temer, o diretório de São Paulo pode ser liberado pelo vice-presidente para apoiar oficialmente o rompimento. Mas os peemedebistas paulistas negam estar envolvidos em qualquer conversa com Temer. O presidente do PMDB-SP, Baleia Rossi, tem dito a interlocutores que tem posição mais amena, condizente com a linha defendida no documento em gestação.

Ainda não há previsão de que nenhum documento seja votado na convenção. No entanto, parlamentares defendem sua apresentação ao menos como demonstração de posição política e um sinal de que os parlamentares da sigla podem vir a apoiar o impeachment da presidente.

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